terça-feira, 20 de novembro de 2012


— Eu jamais deixaria que alguém lhe fizesse mal.

Com essas palavras, eu o deixei.

É claro que era uma acusação, e antes de partir certifiquei-me de que Louis a sentira agudamente como tal.

Na noite em que Claudia voltou-se contra mim, ele ficou parado, uma testemunha indefesa, odiando o que ela fazia mas sem pensar em interferir, nem quando eu o chamei.

Louis carregou o que ele pensou ser meu corpo sem vida e o atirou no pântano. Ah, ingênuos principiantes, pensando que era tão fácil livrarem-se de mim.

Mas para que pensar nisso agora? Louis me amava naquele tempo, embora talvez não soubesse. Eu nunca tive dúvida do meu amor por ele e por aquela criança infeliz e zangada.

Louis lamentou minha morte, tenho de admitir. Mas afinal, ele é tão bom nisso! Ele usa a desgraça como os outros usam o veludo. O sofrimento o enfeita como a luz das velas. As lágrimas o adornam como jóias.

Nada desse lixo combina comigo.





Lestat de Lioncourt - A História do Ladão de Corpos.








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